terça-feira, 16 de junho de 2009

TEMÁTICA: INDIOS NO BRASIL

OBJETIVOS:
Reconhecer semelhança e diferenças no modo de viver dos indivíduos, ou grupos, de seu tempo e de outros tempos;
Caracterizar o modo de vida de coletividades indígenas distinguindo suas dimensões econômicas, sociais, culturais, artísticas e religiosas;
Identificar as descobertas arqueológicas e compreender as relevâncias das mesmas para a compreensão de sociedades do passado;

1ª Aula:

Explicação sobre povos indígenas, (seu modo de vida, ações, valores, costumes e vestuários).
Após, os alunos assistiram ao vídeo relativo a vida dos índios no começo da civilização, relatando a existência dos grupos (raças) e meios de exploração de outras civilizações.
Enquanto assistiam, faziam anotações que achavam necessário. Após o vídeo os alunos se reuniram em grupos de cinco , descrevendo o modo de vida dos índios, sua comunidade, seus valores, crenças e costumes, meio de sobrevivência e vestuários.
Li a reportagem “Sombras da Selva”, pesquisada na internet, publicada na National Geographic Brasil em novembro de 2007, apresenta uma imagem forte e inesquecível da trajetória de sobreviventes piripkuras, povo quase exterminado em confrontos com grileiros da Amazônia – e que, apesar disso, ainda conseguem rir, em meio à floresta.
Usar o texto da reportagem como base para examinar com os alunos o que aconteceu com os habitantes originais da Terra Brasilis ao longo desses mais de 500 anos de colonização.
Como tarefa de casa para a aula seguinte: Fazer uma pesquisa junto aos seus familiares (diagnosticar se algum parente próximo possui alguma herança indígena).



2ª Aula

Resultado da pesquisa:

Dos vinte três alunos, quatro afirmaram segundo os pais terem alguma ligação, ou ancestralidade indígena.

Fizeram em sala de aula (folha) uma comparação da sociedade indígena e sociedade atual na alimentação, no trabalho homem/mulher, moradia (casas), vestimenta, crença.


REFLEXÃO TEÓRICA SOBRE A PRÁTICA
Foi muito importante a prática sobre os povos indígenas no Brasil, suas semelhanças e diferenças no modo de viver.
Senti a vibração e interação por parte dos meus vinte e três alunos de 4ª série (5º ano ), com idades entre 9 e 14 anos.
Por várias vezes, nos relatos, fizeram comparações com outras etnias, como os negros, sobre a discriminação, na luta pela sobrevivência e sua valorização.
Nos dias da realização da atividade houve bastante questionamentos sobre o assunto e certamente será continuado em outras oportunidades, e também o envolvimento das colegas que igualmente atendem minha turma, pois trabalhamos o ensino globalizado.
Com a realização da atividade proposta pela interdisciplina, pude oportunizar aos meus alunos uma reflexão e maior valorização dos povos indígenas, assim como anteriormente, bem recente, havia trabalhado a questão do negro na nossa sociedade. Uma outra proposta da disciplina, que foi trabalhado sobre as “Diversidades das Raças”, trabalho esse, que igualmente trouxe-nos à tona grandes e importantes relatos, onde minha turma participou ativamente, interagindo e colaborando nas pesquisas.
É nosso compromisso, como orientadores, despertar no aluno o interesse e respeito por todas as etnias, destacando a valorização das diferentes culturas, encaminhando pela superação do preconceito e discriminação.
Faz-se necessário oferecer atividades e disponibilizar informações que despertem curiosidade e empenho nas diferentes culturas.
Observamos que as propostas educacionais contidas tanto na LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional), quanto nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) nos dois últimos anos foram incluindo um currículo que venha a contribuir com a formação de uma identidade racial.
A partir de agora, confere-se o mesmo destaque ao ensino da história e cultura dos povos indígenas.
Penso também, por que só depois de existir leis, que passamos a nos respeitar? O que está faltando ao ser humano para se igualar?
Falar de relações raciais e preconceitos implica numa nova postura profissional, onde os educadores sejam entendidos e se entendam como sujeitos histórico-sociais, capazes de intervir nos processos constituintes da dinâmica social, da nossa escola e da nossa prática social.

FAZENDO UMA ANÁLISE

Após a leitura e análise do texto: “Educação após Auschwitz”, pode-se concluir que um dos motivos que predispôs os indivíduos a aceitarem o nazismo e a barbárie, foi o fato do povo não ter reconhecimento da tragédia humana cometida, mostrando-se indiferentes. A sociedade alemã não criticou as autoridades constituídas de seu país. Calaram-se diante da monstruosidade em função de interesses pelas regras de sobrevivência. Somente aconteceu tamanha barbárie por que o modelo de governo era nacionalista, isto é, pregava uma Alemanha somente para os alemães, excluindo todos os outros de qualquer direito.
Embora a sociedade alemã, sendo organizada e detentora de grande cultura, foram-lhe incutidos fatos que desagregaram do ponto de vista social e humano, fato este provocado por importantes lideranças políticas e militares, fazendo assim, com que a sociedade ficasse sem reação frente às barbáries cometidas.
Segundo o autor, é necessário que se conheça o sujeito perseguidor, fazendo com que ele mesmo reconheça suas características e conseqüências desastrosas para que não volte a se repetir. Esta educação humanizada estaria na base de um processo que impediria a repetição dos campos de concentração, isto é, uma educação que produza auto-reflexão crítica que deve ser estimulada desde muito cedo
Quem pensa com autonomia, determinação, clareza e conhecimento dos fatos, pode lutar e resistir contra o poder cego de qualquer espécie de brutalidade ou de violência.
Tomando conhecimento dos motivos que produza tamanho horror, a sociedade de forma consciente, irá reagir contra as ações das autoridades.
O autor sugere ainda, os esportes, os jogos lúdicos, sem o propósito competitivo, porém de convívio solidário e também de equipe, onde haja a soma das forças para o cumprimento do bem comum. Também mostra o outro lado do ser humano, onde desperta a sensibilidade e inibe a brutalidade, é o ambiente das artes em geral, como a música, a pintura, a poesia, o teatro..., são formas de expressões culturais que quando despertadas elevam e sintonizam o ser humano à sua essência interior.
O texto de Adorno, fica como um alerta para a sociedade e para os educadores.
É preciso muita reflexão sobre que tipo de ser humano que a sociedade atual está gerando.
Como educadora, vejo que investir na educação, desde a infância seja a solução para que a barbárie não se repita. O indivíduo esclarecido não se deixa levar e muito menos não se deixa manipular.
Precisamos de uma educação que nos ajude a trabalhar não só o cognitivo mas também as emoções, o medo, a raiva, com isso possa surgir a disciplina da relação, onde se estabeleçam regras e comprometimento entre professor e aluno.


REFERÊNCIAS: Texto: Educação após Auschwitz

DESENVOLVIMENTO MORAL

Fazendo as leituras indicadas, na interdisciplina DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II e voltando-me para meu cotidiano, tenho experiências bastante importantes para salientar, dentro desse contexto.

Piaget (1994) também constatou, em seus estudos, que há dois tipos de reações em relação às sanções (punições): num primeiro momento do processo, a criança considera a sanção necessária e quanto mais severa ela for, mais justa o será; num segundo momento, as crianças consideram justas as sanções que exigem uma restituição. Acreditam que a sanção deve corresponder exatamente ao ato cometido, para que o culpado sofra as conseqüências de sua falta.

Através deste entendimento, vou relatar atitudes, até então de violência, sobre minha aluna de 4ª série, com idade de 10 anos, que está sempre “armada”, sempre disposta a brigar e discutir com todos os colegas, até mesmo com as amigas. Todos precisam obedecê-la, fala muitos palavrões, está sempre em confusões tanto no recreio ou em sala de aula. Ao se expressar, precisa falar bem alto (grita). Enfrenta qualquer um tanto os meninos como as meninas, parte para a agressão física, não se importando com as conseqüências. Porém, atrás daquela fortaleza, consegui enxergar olhinhos implorando atenção e carinho. Foi o que dei.
Desde o início do ano, comecei a elogiá-la, levantar sua auto-estima, ter um olhar diferenciado ( já a conhecia dos anos anteriores e também sua trajetória), estou num processo lento, porém progressivo.
Voltando a Piaget(1994), essa minha aluna considera a punição quanto mais severa ela for, mais justa será e também considera justa a punição que exige uma punição.
Acredito que ao ato da violência que pratica, ela esteja construindo a noção de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade, num processo que incidem no comportamento, já que vem de uma família bem desestruturada, não que suas características (geneticamente), personalidade, não tenha possibilidades de mudanças, pois segundo Piaget,essa seria uma concepção inatista, que considera que o conhecimento é concebido como algo que mergulha suas raízes no sistema nervoso, isto é, na estrutura pré-formada do organismo (Piaget, 1987),descartando a concepção empirista e inatista como explicações da construção do conhecimento nas pessoas.
Concordo, no texto quando fala sobre as imposições de regras de algumas escolas, para combater ou diminuir a violência no dia a dia escolar, pois o que deveriam ser combinações, acordos em que toda comunidade escolar pudesse opinar e não de padronizações de comportamentos socialmente aceitos.
Devemos sim estarmos sempre atentas e alertas para qualquer situação que nos remeta a violência, por que muitas vezes somos pegos de surpresas e mal pudemos compreender a fúria de certos alunos.
Numa outra escola que trabalho como P2, atendo quatro turmas diferentes, em um bairro bastante carente, posso vivenciar também as atitudes que considero de muita violência por parte de alguns alunos, que se auto denominam de “valentes” onde não levam desaforo pra casa, logo partem para a violência física e muitos palavrões, sem respeitar professores, direção ou qualquer pessoa que venha interferir.
É claro que a escola tenha um processo de desenvolvimento de moral, onde possa buscar ferramentas de cooperação para a educação na busca do respeito e o direito das pessoas, compreendendo que seus desejos e vontades não possam atingir a outras, na qual faz parte de uma sociedade.


REFERÊNCIAS:

JAQUELINE PICETTI: texto: Significações de violência na escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?